Foi escrito em 1890, reacção ao ultimato da Inglaterra que proíbe Portugal que reunia as suas colónias da Angola e Moçambique para deixar os Ingleses realizar o seu próprio eixo geopolítico na África, o Cairo ao Cabo. Vindo de Londres, o aliado privilegiado de Lisboa, este ultimato feriu o orgulho nacional dos Portugueses. A música foi composta por Alfredo Keil, e as palavras por Henrique Lopes Mendonça. Ficou o hino nacional de Portugal por uma lei votada em 1911.
" No fim século XIX, Portugal redescobria a África." Privado do Brasil, desajuste da revolução industrial, recorda-se dos seus direitos históricos sobre imensos territórios largamente inexplorados. Ivens e Capelo partem reconhecer as fontes Zambèze; imediatamente, sobre o Atlas português, aparece o famoso "Mapa de cor-de-rosa ", que figura a união de só um ,Angola e Moçambique. A vontade de recrear-se uma imagem imperial no estilo século XVI suscita uma adesão patriótica unânime. Mas Portugal lançou-se na boca do lobo : bloqueia o projecto africano de qualquer Inglaterra, o grande corredorC para C (do Cabo ao Cairo) de Ex.mo. Senhor Cecil Rodes. A 11 de Janeiro de 1890, um ultimato inglês exige a retirada imediata dos bandos portugueses da futura Rodésia; entretanto em Lisboa um conugo espera a resposta ; o governo português é forçado a se render.
Opondo-se à revoltas indígenas fomentadas, pelo seu próprio aliado. Os portugueses chegaram no entanto a conservar as suas colónias africanas. Mas o Ultimato terá desencadeado as paixões ! Os professores recusam ensinar o inglês; os cidadãos britânicos não encontram mais ninguém para os barrear. Encobre-se a estátua de Camões. As senhoras da sociedade renunciam às suas jóias para o apoio da Nação. No tom Marseillaise, compõe-se A Portuguesa, o futuro hino nacional : "Levantai hoje de novo o esplendor de Portugal.
Composta em 1910 Palavras de HENRIQUE LOPES DE MENDONÇA (1856-1931)
Hino nacional
A Portuguesa Heróis do mar, nobre povo, Nação valente, imortal, Levantai hoje de novo O esplendor de Portugal! Entre as brumas da memória, Ó Pátria, sente-se a voz Dos teus egrégios avós, Que há - de guiar-te à vitória!
À s armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, À s armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar!